sábado, 10 de maio de 2014

UM






O número  1  

"... Curiosamente, os gregos não consideravam o 1 como número, pois aceitavam a autoridade de Euclides, para quem um número era um agregado constituído por unidades: o 1 não o era. Para eles, o 1 era a mónada, a unidade indivisível a partir da qual surgiram todos os outros números. Isto era assim porque o 1 vinha depois do vazio, do nada, e não do 0, já que os gregos, tal como como outos povos limítrofes, não chegaram a desenvolver tal conceito. Os gregos aperceberam-se de que, quando acrescentavam 1 a um número par, o transformavam em ímpar e, do mesmo modo, quando o acrescentavam a um ímpar, o transformavam em par. Consideravam-no por isso um árbitro, um joker que alterava, por adição, a natureza par/ímpar de qualquer número.

O 1 está presente nas primeiras manifestações numéricas do ser humano. Os homens do Paleolítico começaram a usar sinais unitários para estabelecer as suas séries numéricas. Pensa-se que quando o homem descobriu o 1 se descobriu a si próprio como indivíduo. Para o islão, o 1, a unidade, é o símbolo da divindade, sendo também identificado com a luz. No alfabeto hebraico o 1 é considerado um número masculino e simboliza, juntamente com a primeira letra, o aleph, a força divina penetrante: é a separação entre a luz e as trevas.

O 1 possui uma qualidade singular que os gregos também detetaram: produz mais por adição do que por multiplicação. De facto, é o único número natural(hoje aceita-se que é um número)que goza desta peculiar propriedade.

Aritméticamente, o número 1 possui características singulares: é o seu próprio factorial, o seu próprio quadrado, o seu próprio cubo e do mesmo modo para todas as outras potências. A forma do 1 tal como hoje a conhecemos provém da Índia, onde se representava no entanto, com um traço horizontal...." 



García Del Cid
Números Notáveis

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