quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Olho hoje para a matemática e digo, afinal isto era fácil



Numa entrevista interessantíssima feita por Carlos Marinho da Sociedade Portuguesa de Matemática a um dos humoristas mais versáteis e notáveis da comédia nacional, foram colocadas, entre outras, as seguintes perguntas, as quais se acompanham das respetivas respostas:


Para o Nilton a matemática era “Supcelente” ou fazia parte da equipa titular?
Supcelente, supcelente (ri)...eu faço parte daquela geração que a matemática parecia um bicho de sete cabeças, alargado à própria sociedade, pintavam a matemática como algo que fazia mal às pessoas. Hoje penso doutra maneira. Olho hoje para a matemática e digo, afinal isto era fácil. Vejo pelos meus sobrinhos, quando precisavam, eu ajudava-os. Já me vinguei, tenho um sobrinho que é barra a matemática. O meu sobrinho tem vinte valores a matemática. Tem 10 por ele e 10 por mim.


O matemático Adrian Paenza escreveu: os pais motivam nos primeiros meses os filhos a falar e andar, para nos 12 anos a seguir, dizer-lhes para estarem calados e quietos. O Nilton tem um filho, o Noah, de 3 anos. Como é?
Eu faço ao contrário. Em termos de cabeça incentivo-o a falar muito e a exprimir-se. Dou sempre um bom exemplo, que é fazer-lhe perguntas inusitadas que não são para a sua idade. Há dias convencio-o a dizer-me qual é a palavra preferida. Estava a explicar-lhe que a minha palavra preferida era “carabinieri”, polícias italianos. Quando ele percebeu, só me dizia “chchi/cocó”. Ele está nessa fase, para ele são as palavras preferidas dele. Depois fui buscá-lo à escola, e disseram-me que ele estava com umas conversas tão estranhas. Queria saber qual é a sua palavra preferida. Isso vem de onde? Perguntaram-me. Na escola estavam a achar aquilo estranho. Para mim não, sou eu a provocar-lhe o cérebro e obrigá-lo a pensar e a fazer coisas diferentes, que cortam com o hábito dele. Faço e tomo atitudes que ele não está à espera, que cortam com o normal dele e que ele está habituado. Faço-lhe cócegas no cérebro.


Uma história que nos possa (de)escrever que envolva matemática...
Sobre a matemática, uma vez fiz férias com um casal amigo, eles são engenheiros, dão aulas no Porto. Estavam a fazer testes na praia, na última semana de férias, eu achava aquilo girissimo. Eu olhava e dizia que nunca conseguiria fazer isso. Eles com altos problemas de matemática e perguntavam entre si: - o que achas destes? Pareciam dois amigos a fazer sodoku ou palavras cruzadas, mas eram problemas de matemática da faculdade. Achei muita piada.

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